Comentando o caso de
Padre Beto: Como ele mesmo declara “Eu sou padre do séc. XXI”. Não o conheço, não vivenciei a situação e
apenas vou aproveitar esse caso que chegou por meio da mídia no programa Fantástico
do dia 05 de maio de 2013 para expressar o que penso.
Penso que infelizmente a
Igreja não acompanhou a evolução e as mudanças que surgiram no mundo. Jesus
quando falava para o povo da sua época deixou claro que as leis são escritas de
acordo com cada tempo. Jesus veio para
nos ensinar coisas novas, do novo tempo e resume tudo em dois mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e Amar o próximo
como a si mesmo”. Expressa que desses dois mandamentos dependem
todas as leis e profetas. O cumprimento da Lei é o AMOR.
“Em João 8, 5-7: Na
Lei, Moisés nos manda apedrejar as adúlteras; mas tu o que dizes?
Perguntavam isso para tentá-lo a fim de terem do que o acusar. Jesus,
inclinando-se, escrevia com o dedo no chão. Como insistissem em perguntar,
ergueu-se e lhes disse: “Aquele de vós que estiver sem pecado, atire-lhe a
primeira pedra”.
Jesus com esse seu exemplo nos
ensinou o que é cumprir a lei. Vou apedrejar essa mulher adultera cumprindo
cegamente a lei ou vou ter um gesto de amor, de misericórdia e de compaixão por
aquele ser que ali estava? Ele como ser iluminado escolheu a Lei de Deus que nada
mais é que o AMOR, muito mais do que formulações escritas tendo como base a
tradição da época e muitas vezes sem nenhum sentido.
Para Ele a lei não eram os
rituais que matavam os animais, que guardavam dias e se autoflagelava, não era
o olho por olho. Temos no sermão da montanha, que considero o maior e melhor
manual de relações humanas, o novo mandamento, as verdades transmitidas e
ensinadas por Jesus como um passo a passo para a nossa trajetória nesse planeta
e mais ainda exemplificada com o seu modo de viver. Ali pode se dizer que foi
alterada a legislação de Moisés.
Isso nos mostra a importância de acompanhar o movimento do mundo sem
deixar de lado os valores universais e imutáveis que são: o AMOR, a
SOLIDARIEDADE, a FRATERNIDADE, o RESPEITO, a COMPAIXÃO.
Como sempre digo e reafirmo: nos ensinamentos do Cristo sempre houve o
apelo para a não discriminação, para a aceitação das diferenças, para o servir
ao próximo e sobretudo para o AMOR INCONDICIONAL. Esse foi o exemplo e o legado
que ele nos deixou.
Como o Padre Beto mesmo diz: “Deus eu encontro em
qualquer lugar. Se ele não vai mais estar acessível à minha pessoa pela
eucaristia, que era um alimento espiritual fantástico, eu acredito que Deus vai
me alimentar de uma outra forma”. Certamente que vai. Não precisamos de
rituais. A chave está dentro de nós, em nosso coração. Colocando o coração e a
alma no que fazemos estamos abrindo a porta para estar perto de Deus.
A Igreja com seus
dogmas rígidos e cristalizados muitas vezes fecha a porta para o seu rebanho.
Penso que já não está mais adequada para esse século e obviamente para a forma
de ser, de pensar e de agir de Padre Beto e de tantas outras pessoas que pensam
como ele. Acredito que está na hora dessa Instituição rever alguns paradigmas e
dogmas, sem deixar de lado os valores absolutos ensinados por Cristo, já dito
acima por mim. Esses dogmas foram escritos por homens de outras épocas e não
por Deus nem por Cristo.
Dizendo tudo isso, quero
deixo claro que não sou a favor da promiscuidade, não sou favor da libertinagem,
da bagunça generalizada dos costumes e da moral e sim a favor de que seja
revisto alguns conceitos, preconceitos, dogmas que já não são mais adequados
para o nosso tempo e tendo por base a Lei maior que é a do AMOR e do RESPEITO repensar e mudar o que for
possível e necessário mudar, adaptando esses dogmas para o séc. XXI. Se deixamos
de agir com amor em relação ao nosso próximo, logo estamos descumprindo a Lei
Maior do AMOR e ai a nossa religião é vazia e oca.
A Igreja não pode negar
ideias revolucionárias, pois se assim o faz está negando o próprio Cristo que
foi um grande revolucionário da sua época e que continua vivo e lembrado até
hoje, estando inclusive como o nome mais acessado na internet. É assim que
penso e é nisso que acredito.